Basílio
"Em uma surpreendente e inesperada seqüência de eventos, Luísa descobrirá o verdadeiro preço de quem não soube conviver com seus desejos." - Parte da sinopse do filme Primo Basílio
Quais são os limites do desejo? O que uma pessoa é capaz de pôr em risco por uma paixão ardente e promessas de amor verdadeiro? Quão graves podem ser as consequências de nossos atos? O que justifica uma traição? Questões que vêm à tona com o filme Primo Basílio, de Daniel Filho.
O romance de Eça de Queiroz tem como cenário, na adaptação, a São Paulo de 1958. Luísa, casada com Jorge, reencontra sua paixão de adolescência, Basílio. Deixa-se levar pelo primo, sedutor, e arrisca sua vida estável e seu casamento. Passa a ser chantageada pela empregada, que descobre o romance, e a duvidar das intenções "sérias" de seu amante.
Relacionamentos pressupõem fidelidade, não apenas porque quem ama tem ciúmes e até um sentimento de posse pelo ser amado, mas também por uma convenção social. A traição é sórdida, porém, por um motivo maior: a mentira.
Ouço falar, e acredito, que a mágoa maior do traído se dá pela quebra da confiança, em um relacionamento que julgava estável e feliz. Quando surge o interesse por uma outra pessoa, o melhor caminho é a sinceridade. Envolver o traído em uma trama de mentiras e enganações é a maior prova de que não existe, e nem nunca existiu, amor e respeito por ele.
Depois de Saneamento Básico, este é um dos meus filmes nacionais prediletos. Recomendo. Ah, Glória Pires está ótima como a amargurada empregada Juliana.