Revolta
Hoje vi duas cenas que me deixaram revoltada. E triste também.
Um menino, que aparentava ter no máximo 6 anos, estava junto de um grupo de crianças de rua e chorava muito. Chorava compulsivamente, com uma carga de dor que me comoveu. Devia estar chorando pelo sofrimento de viver na rua, de ter uma família desestruturada, que não conhece nem amor nem respeito, já que nunca teve esses sentimentos. Devia estar chorando pela infância jogada fora, pedindo "uma moeda" a quem passa na rua ou vendendo bala em sinaleiras. Devia estar chorando pela desesperança e a falta de perspectivas. Pensar em tudo isso, quase me fez chorar também.
Mais tarde, na frente da minha casa, uma carroça estava atrapalhando a passagem de um ônibus. Quando o carroceiro deu uma chicotada no cavalo para que ele andasse, ele quase caiu de joelhos, pois não suportava o peso da carga que carregava. É estranho ver um animal tão imponente enfraquecido e vulnerável.
As misérias humanas são muitas. Não é nada agrádavel conviver com elas. Melhor não pensar nisso, né, quem sabe um dia elas somem. Mas amanhã elas continuarão lá: na mãe que maltrata seu filho, no homem que judia de um animal.
1 Comments:
Estas são as únicas situações em que o meu coração de pedra se comove: crianças e animais em situações de risco. É pra matar, né? E a sensação de impotência diante de tudo isso é horrorosa... Bom, espero que um dia eu possa ajudar, nem que seja contando essas histórias! Sabe como é, quando a imprensa aparece tudo se resolve. Mesmo que apenas temporariamente!
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