Abuso

Na quarta-feira passada, Dia Internacional da Mulher, assisti a Terra Fria. O filme relata o caso de uma mulher que trabalhava em uma mina e processou a companhia, em conjunto com as suas colegas, por assédio sexual. Foi o primeiro caso bem-sucedido de uma ação coletiva contra este tipo de crime nos EUA. Um texto que aparece ao final do filme adverte que o valor da indenização não foi muito expressivo, mas a conquista, sim.

Os abusos contra a mulher são constantes. Desde o colega de trabalho que faz uma piadinha até o cara que fica se roçando na gente dentro de um ônibus lotado. Para os homens pode parecer pouco, mas para nós é degradante.

A mulher tem que, diariamente, firmar seu lugar na sociedade. Provar que pode desempenhar bem os papéis de mãe, profissional e chefe de família. As gracinhas e ofensas por parte do público masculino me parecem uma tentativa (desesperada) de mostrar que a mulher não é assim tão capaz.

Posso estar sendo radical, mas acho que temos de abrir o berreiro toda vez que uma coisas dessas acontece. Aconteceu um episódio horrível comigo, no mês passado, que, confesso, me fez ficar com nojo dos homens. Mas não se trata de uma guerra dos sexos, nem de feminismo exacerbado, e sim de respeito.