Agora só falta você

"O verdadeiro fracassado não é alguém que não vence. O verdadeiro fracassado é aquele que tem tanto medo de não vencer que não chega a tentar."

Sunday, October 15, 2006

Eu voltei, e agora é pra ficar...

Voltei! Depois de meses longe deste espaço, sem escrever nenhuma linha de atualização, voltei.
Senti falta de escrever bobagens, "filosofar" e etc. Antes, quando fiz meu primeiro blog (hoje extinto) achava que a alma do troço eram os comentários do pessoal que entrava e lia meus textos. Hoje, acho que o que vale mesmo é botar pra fora, como numa sessão de exorcismo de idéias. Não importa se alguém vai ler ou não, mas sim que eu disse ao mundo, de alguma forma, o que eu penso ou sinto sobre algo, alguém ou alguma coisa.

Indo ao que interessa... devo dizer que o que inspirou meu retorno foi o fato de ter entrado no blog de um amigo e ter constatado que, depois de meses sem nada (para ser específica, desde 29 de janeiro de 2006), nadica de novo, ele voltou a escrever. E o tema não podia ser mais interessante devido ao momento: política.

Tenho mil opiniões a respeito e não falo quase sobre elas, devido à polêmica que o assunto sempre causa. Então, como aqui ninguém pode me censurar - nem o meu colega que quase me bateu quando soube que eu votei no PSDB no primeiro turno - vou chutar o balde.

Ontem, vendo meus comprovantes de votação (aquele ticket que recebemos depois de votar) me dei conta que meu delírios ideológicos morreram logo depois de minha primeira eleição como votante. Em 2000, eu, então com 17 anos recém feitos, votei com todo o orgulho no PT. Tarso, então candidato a prefeito de Porto Alegre, ganhou no segundo turno.

Em 2002, depois de quatro anos de Olívio Dutra à frente do Piratini, votei em Rigotto, do PMDB. Que, para minha surpresa e surpresa de todos, ganhou.

Hoje, depois de escândalos de mensalão, sanguessuga e dossiê, envolvendo pessoal do PT e de quase todos os partidos existentes nessa terra, me dei conta que a motivação para ter parado de votar no PT, há quatro anos atrás, é a mesma que hoje me faz optar por votar em Alckmin no segundo turno (de novo): o ideal não existe mais. Explico-me.

A política apaixonada, recheada de discursos inflamados e emocionados, morreu. Depois de quase 20 anos de ditadura, a impressão que passa é que somos um país que não sabe lidar com a democracia. Desde a abertura, as campanhas eram inflamadas, militantes iam às ruas com suas bandeiras. Hoje, não mais. Quando muito, militantes contratados com aquelas bandeiras bagaceiras de TNT.

Não votar no PT para mim, é um protesto. Protesto contra defensores fajutos da ética que hoje estão com lama até o pescoço. Confesso que minha vontade, este ano, sempre foi (e continua sendo) a de anular todos os meus votos. Mas algum sentimento cívico, que me enche de culpa, não me deixa. Apesar de achar que todos os partidos e políticos são farinha do mesmo saco podre (com algumas exceções) , votarei. E escolherei um tucano.

Repetindo uma coisa que eu disse esses dias: vejo a política hoje como um grande circo. Interesses pessoais à frente de interesses do povo, políticos corrompidos, partidos sem identidade. Enquanto o sistema não mudar, as pessoas não votarem só em um nome conhecido e/ou indicado, mas sim em partidos com propostas e tradição, nada vai mudar.

Lamento muito estar desiludida a esse ponto, mas hoje, juro, me esforço, mas não vejo a tal luz no fim do túnel.

3 Comments:

Blogger [ Paulo R.] said...

Oi Jo!!!

Uau. Preciso pensar por onde começar o meu comentário...

Posso dizer que fico honradíssimo e muito feliz pelos comentários no meu blog e, mais ainda, por vc tb ter voltado à ativa (com um empurrãozinho indireto meu).

Sobre o texto: tb tá ótimo e tô contigo incondicionalmente. Sempre votei no PT (isto é, duas eleições) e sofro, agora, de um sentimento entre o nojo e a profunda melancolia. A ideologia petista, mais do que um fim em si, representava um sonho maior, maior que o próprio PT: de que política valia a pena.

As bandeirinhas bagaceiras, o pessoal que hoje é pago para balançá-las (antigamente faziam por amor) e o atoleiro que se meteram Lula e seus amigos são sinais de que "o ideal não existe mais".

Mudei o voto tb, sem estar 100% certo de que fiz o melhor. Mas anular é deixar que pessoas menos esclarecidas escolham por nós.

Bjo bem grande e aguardo o próximo texto.

P.S. Imagino quem deve ter sido o colega que te bateu, hehehe.

8:35 PM  
Blogger [ Paulo R.] said...

Ah, lembrei de outra coisa.

Tb penso em mil coisas sobre política, coisa e tal, mas acabo as confidenciando só para o travesseiro por medo da patrulha ideológica.

Vamos sentar o sarrafo nesses blogs, então.

Bjo.

8:44 PM  
Anonymous Anonymous said...

Vc disse o que eu e muita gente pensa.Parabéns e que bom voltar a ter contato contigo.Valeu mesmo.

8:07 AM  

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